quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Resumo 05: O Reconhecimento de uma produção subjetiva do cuidado

RESUMO 05
Autor(as/es): Franco, Túlio;
Merhy, Emerson Elias
Infos sobre o/a/s autor/a/s:
Franco: http://www.professores.uff.br/tuliofranco/


Merhy: http://www.uff.br/saudecoletiva/professores/merhy/

Título: O Reconhecimento de uma produção subjetiva do cuidado

O ensaio parte do princípio que a subjetividade deve ser considerada no modelo de produção da saúde. Parte da pesquisa das ESF onde, apesar do padrão de atendimento, os resultados são diferenciados em cada familia devido a atitude ativa do individuo.
Por meio da análise cartográfica, baseada na produção da realidade social; o desejo como fundamento da produção subjetiva e a Teoria do trabalho vivo, o autor pretende superar a intensidade subjetiva da avaliação qualitaitva.
Na construção do Rizoma é abordado que as análises realizadas do meio estão sob o prisma da horizontalidade e na relação existente entre os indivíduos que acabam por impactar o seu platô, o lugar de produção. O Rizoma é formado por vários platôs. Portanto parte-se de uma premissa onde o trabalhador da saúde e o usuário impactam-se mutuamente.
O afeto existente na relação entre trabalhador e usuário pode gerar tanto a satisfação quanto o contrário. E a forma de agir do cuidado estará dependente desta percepção.
A realidade social é fruto do desejo e, por ele, se constrói as subjetividades desejantes que acabam constituindo o mundo (semelhante as ideias de Weber).

Na abordagem sobre o Desejo, parte-se do princípio que o desejo é a mola propulsora para construção da realidade e, portanto, é um sentimento revolucionário. Baseado em Merhy, partindo do princípio de uma interação entre paciente e profissional, afirma que o processo de trabalho em saúde é sempre relacional. Neste mesmo sentido o texto do Serapioni possui conclusões semelhantes. Por fim desta parte o autor conclui que o trabalho em saúde, trabalho vivo, deve-se levar em conta as particularidades do local em que se desenvolve, em um plano de consistência, onde os afetos criados entre trabalhador-usuários (re)signficam a relação de cuidado.

Em a Cartografia: produção subjetiva da micropolítica, há o esclarecimento sobre a cartografia, que trata da análise de um processo e não apenas o estudo de um objeto. O autor inclui "fatores de afetivação" como uma forma de resiginificação do indivíduo e do mundo. A partir do reconhecimento da intervenção subjetiva do pesquisador sobre a pesquisa o autor afirma que o "processo de produção de si e do mundo como algo simultâneo, legítimo e inexorável." Desta forma coaduna com outros cientistas que possuem o mesmo reconhecimento como HUBBARD et al 2000. Os territórios existenciais, que são compostos pelas experiências que o indivíduo possui durante a vida, são subjetivos e influenciam na forma de cuidado. Porque esse será moldado não pelo local físico onde ele é oferecido mas dentro do território existencial que o trabalhador de saúde ocupa sua posição ético-política de atuação. Após algumas considerações sobre a cartografia que a afirmam como uma técnica de captar o processo de produção do cuidado o autor revela a preocupação em capitar não somente a produção mas a reprodução de formas e normativas que enquadram a ética do cuidado. Por isso, tece um alerta para que a cartografia também seja capaz de captar esses processos de reprodução da realidade.

Em Cartografando a produção do cuidado, o autor inicia com a ideia que a construção e implantação do SUS impactou diretamente na reconfiguração da oferta do cuidado por resultar da e na construção de novas subjetividades de interação. Tambem, com a institucionalização do SUS o cuidado acaba por se transformar em uma produção de procedimentos. Reconhece e faz uma crítica a realidade procedimental em que se pauta o SUS que vive o paradoxo de ter que ser formular e comaltar em procedimentos para a oferta de cuidado ao mesmo tempo esse é realizado de maneira subjetiva e muito individualizado. Na parte final do trabalho o autor realiza uma análise crítica sobre o SUS e o modelo biomédico para a saúde. Enfatiza que para a mudança do cuidado hoje baseado em processos e burocracia é preciso uma desterritorialização do campo da saúde onde a lógica capitalista é determinante. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Inicial