terça-feira, 31 de maio de 2016

Contraponto

Quando chegamos em Portugal logo aprendemos que há um preconceito enorme contra os Brasileiros. Para o homem é o ladrão, e para mulher é a puta. Sem contar para o povo faz parte do país da putaria. Aprendemos, na porrada, que é preciso ficarmos atentos se não quisermos cair em piadinhas de mal gosto. O resultado é que ficamos um tanto céticos e desconfiados. Acho que mesmo quem vive no mundo do contente consegue ver esses posicionamentos.

Então (uma expressão Tuga para iniciar todas as frases), com o atual cenário do que acontece no Brasil vira um caldo cheio para eles encherem o peito, a boca e falar de nosso país. Alguns de nós, pelo complexo de vira-latas aceitamos todas as críticas e até reforçamos a suposta superioridade Lusa. Mas, convenhamos, eu tenho orgulho do que acontece em nosso país!

É lógico que eu me refiro ao povo. Esse que está nas ruas, organizados ou não. Ou aqueles que se organizam nos sindicatos dos servidores federais e derrubam ministros. Ou aqueles que, com muita bravura, defendem um posicionamento de luta pela democracia. Ou, simplesmente o outro, que se orgulha em levantar o olhar e somente dizer: Não vai ter golpe!

Sim. Temos que ter orgulho de nosso país, agora mais do que nunca. O que os sulistas europeus, que do alto de sua arrogância, não entendem é que estamos em luta. Lutamos em todos os espaços que podemos. Seja no judiciários, seguindo processos, ou na rua, onde o dono não é o mercado. Lutamos, por um país que vive uma democracia capenga mas que ainda pode contar com pessoas que acreditam nela. Lutamos contra um mercado conservador e predatório que pretende quebrar as pernas democratas que estavam por se erguerem, para implantar o quintal do Tio Sam, que somente há pouco tempo, não vê a sua sombra sobre um Continente. Lutamos, simplesmente, porque essa é a nossa sina.

A nossa sina de esperniar quando nos vemos enquadrados e de levantar quando a opressão é diária. Essa sina, raros sulistas europeus entendem e, quando entendem, partilham do sentimento de pertencerem a um forte e grande mundo. Um mundo que enquanto todos os outros se calaram diante do avanço da exploração do homem, se levanta para dizer que a Brava Gente Brasileira está em pé, em luta, brigando em momentos que muitos outros caíram. Porque o Congresso é o reflexo do mercado, mesquinho, conservador, podre, onde somente os seus iguais, brasileiros ou não, se reconhecem. O povo brasileiro é aquele que está nas ruas, na luta, organizados, para bradar que estamos vivos e somos livres!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Articulações

Ontem eu participei da fundação de mais um grupo em terras Lusas, o Esquerda Brasileira em Coimbra - EBRAC. Houve a participação de muitas pessoas e acho interessante como ver que uma simples e boa ideia pode trazer tantas contribuições e dos mais diferentes lugares.

Não faço parte d@s colegas que tiveram a oportuna e ótima ideia de iniciar o EBRAC, sou apenas mais um que entrou nessa onda de pensamento positivo e vontade agir.

Eu gosto muito de fazer parte destes momentos, principalmente, dos encontros onde podemos ouvir todas as pessoas. Para mim, mídia digital é uma ferramenta que deve ser usada e nada supera um bom encontro presencial.

Que o EBRAC tenha vida longa e prosperidade.

domingo, 15 de maio de 2016

Vamos

Não! sai pra lá! me deixa!
Não quero que você veja a minha queixa
Não! não quero que esse meu pesar
Esteja consigo somente a pensar

Você pensa que sabe
Mas não sabe que ontem
Eu vinha por ali sem pensar
O que é isso que nos levou para lá

Será que foi a ideia que eu tive naquela festa
Ou, pelo contrário, da ideia que não tive lá
Ou, quem sabe, foi uma ideia dos dois
Que macambuzos sem saber por onde andam
Ainda acham que por ali juntos vão

Não sei! Não quero saber! Sei lá!
Eu sei! Quero saber! Diz-me lá!

Juintos é certo que não vamos
Nem sozinhos tampouco seguiremos
Então segue o teu caminho como pensa
Porque do meu, eu sei mas tampouco eu já sei.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Fora!


Divagando

Hoje estou atribulado e, na verdade, não tenho certeza se é somente hoje. O andamento político no Brasil está muito tenso e, logicamente, a sua tensão reflete em nós.

Desde que o Lula foi coagido, até ontem, não conseguia me desligar das notícias que, invariavelmente, surgem pelo FB e grupos de zapzap. Passei do limite de onde eu devia ter parado e a consequência é que toda a minha pesquisa relacionada as entrevistas está atrasada. Esta parte é a mais cara para mim porque envolve as pessoas que convivem com o diagnóstico de Neurofibromatose.

E eu ando aprendendo muito com essas pessoas. Ao ponto que eu percebo que o nosso foco, de pesquisador, algumas vezes, pode mais atrapalhar do que ajudar. O guião que tomo para as entrevistas, invariavelmente, torna-se somente um guia porque as pessoas não querem falar sobre o que estou perguntando, que é a identificação dos itinerários terapêuticos e diagnósticos. Na verdade, essa percepção é somente das pessoas que possuem o diagnóstico porque os familiares querem e na verdade anseiam falar como que a NF alterou a sua trajetória de vida. Isso é bem interessante e, acredito, que me trará algumas ideias novas.

E vou ficando por aqui poque, afinal, devo recuperar o tempo perdido.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Autalizando

Desde que cheguei de Inglaterra, final de março, estou colocando 100% de minha energia na procrastinação. Primeiro porque a fase de entrevistas da tese abala um pouquinho o meu alicerce e, depois, a fase de escrita é bem árdua.

Gostei muito de fazer as entrevistas em UK e estou gostando mais ainda as de Portugal. A diferença é que enquanto no primeiro país eu consegui entrevistas com mães e duas pessoas que possuem o diagnóstico, no segundo, converso com as pessoas que vivem com o diagnóstico de NF. São duas visões muito diferentes e que estão, aos poucos, consolidando algumas de minhas hipóteses e refutando outras. Mas, de tudo, o que mexe muito comigo é assumir o chapéu de pai. Minha curiosidade naquilo que as pessoas vivem é muito próxima da minha própria vivência. Por isso, eu sinto uma responsabilidade grande de conseguir passar para o papel toda a riqueza que estou conseguindo captar no campo.

A escrita, bem... é um tanto doída. Não é fácil conseguir passar para um texto científico tudo o que estamos pensando e, muito menos, dentro de um formato rígido. Há pessoas que acham isso "mamão com açúcar". Mas no meu caso, que começo a minha vida acadêmica depois dos 35, é só "ferro e fogo". É muita paciência e serenidade para conseguir me colocar como um aprendiz. A minha sorte é que as pessoas que passam por mim, principalmente a minha orientadora, é super acessível e tem todo cuidado de me conduzir nos trilhos da academia.

Por querer voltar a algo próximo de minha atividade que consegui imprimir quando estava em Inglaterra (eu trabalhava mais de 70h por semana), já me excluí do Facebook e o Zapzap é somente para notícias urgentes.

Adiante!

Página Inicial