Na quarta feira participei de um momento democrático que havia vivenciado somente na escola dos meus filhos, Associação Pró Educação Vivendo e Aprendendo.
Gente respeitando as falas e, às vezes, não respeitando nada, articulação para todo o lado, bagunça organizada, jogo de interesses para construção do que considera importante, manipulação enfim tudo aquilo inerente a qualquer ambiente político. Particularmente, considero um dos momentos mais intensos de nossa atuação como indivíduos e acho muito interessante.
Ao mesmo tempo que estava na Conferência de Saúde de Brasília ficava pensando como cheguei até naquele momento.
Desde que comecei a pensar na construção da AMAVI, sempre tentei agir da maneira mais aberta e sincera possível. Esta forma de atuação é simplesmente porque o ambiente é muito novo para mim. Às vezes fico deslumbrado com muitas coisas e momentos. Por isso tenho que ser o mais aberto possível porque pessoas com mais experiência sempre estão por perto para apoiar e direcionar as ações.
Por exemplo, na reunião da Conferência de Saúde eu fui "convidado" para relatoria. No princípio não sabia o objetivo da reunião, mas em busca de informações vi que é o momento super importante pois da Conferência de Saúde Nacional, que acontecerá no segundo semestre, sairá as diretrizes da saúde para os próximos quatro anos. Então, estava muito disposto para incluir a temática das doenças raras. Não consegui incluir, mas de uma questão que coloquei em plenária consegui informações super importantes que estou a procura há mais de três meses.
A Conferência é um momento para participação social, mas infelizmente a sociedade não se faz tão presente e muitas questões de seu interesse não são abordadas. Na verdade, cada vez que conheço mais o sistema de saúde, relembro e concordo das minhas aulas de gênero que a prof. Tânia Mara colocava que os serviços precários oferecidos pela saúde e educação se deviam, muita parte, pela não participação da Classe Média. Concordo plenamente!! Porque enquanto a classe média não conseguir se enxergar como responsável pela mudança social, ainda teremos muito a andar.
O movimento da Aids é um exemplo claro, a partir do momento que a classe média se viu exposta a uma situação de risco, mobilizou-se e mudou um mundo!! Hoje o Brasil é ponta de lança na tratativa dos assuntos relacionados ao tratamento da Aids e melhoria da qualidade de vida.
Enfim, ao mesmo tempo que fiquei sentido com a falta da presença de meus pares sociais, senti-me forte e feliz por participar de um momento que muitas pessoas e amigos passarão a vida sonhando, reclamando, dizendo que deveria existir e não quiseram ou não conseguiram enxergar. Preferiram sentar e fumar seus cachimbos de pseudo intelectuais do que arregaçar a manga e ver que as ferramentas estão disponíveis e na nossa cara para exercemos nossa plena cidadania.
Grande Abraço!
Rogério Lima
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